domingo, agosto 07, 2011

reportagem no jornal O tempo !

De moto, o Jalapão é logo ali
Ao lado de amigos, Xandão enfrentou percurso traiçoeiro, mas conheceu cachoeiras, dunas e uma comunidade de descendentes de escravos
Publicado no Jornal OTEMPO em 07/08/2011
Avalie esta notícia »
THIAGO NOGUEIRA
  • Notícia
  • Comentários(0)
  • Compartilhe
  • Mais notícias
A
A
FOTO: GUSTAVO ANDRADE
Pé embaixo. Em sua Lander, comprada em 2009, Xandão já acumula 20 mil km em viagens de aventura pelo Brasil
GUSTAVO ANDRADE
Pé embaixo. Em sua Lander, comprada em 2009, Xandão já acumula 20 mil km em viagens de aventura pelo Brasil
Galeria de fotos
ARQUIVO PESSOAL
ARQUIVO PESSOAL
ARQUIVO PESSOAL
ARQUIVO PESSOAL
ARQUIVO PESSOAL
ARQUIVO PESSOAL
ARQUIVO PESSOAL
ARQUIVO PESSOAL
ARQUIVO PESSOAL
ARQUIVO PESSOAL
Cocheira da Fumaça - BA
ARQUIVO PESSOAL
Brasília
ARQUIVO PESSOAL
Alto Paraíso de Goiás
ARQUIVO PESSOAL
GUSTAVO ANDRADE/O TEMPO
GUSTAVO ANDRADE/O TEMPO
GUSTAVO ANDRADE/O TEMPO
GUSTAVO ANDRADE/O TEMPO
GUSTAVO ANDRADE/O TEMPO
Não há poeira, asfalto esburacado, dunas, sol quente, costelas em estradas de terra ou bolsões de areia que desanimem o espírito aventureiro de Alexandre Guimarães, o Xandão, 32. No mês passado, o motociclista pegou sua Lander de 250 cilindradas e partiu de Belo Horizonte rumo às belezas do Jalapão, na região do Estado do Tocantins, um dos principais roteiros de ecoturismo e turismo de aventura do Norte brasileiro. Xandão é acostumado a desafios. De bicicleta, em 2008, enfrentou 630 km de Ouro Preto a Paraty (RJ). De moto, foi até os Lençóis Maranhenses, percorrendo, em dois meses, 6.700 km no início deste ano. Em 80 dias de mochilão, em 2009, passou por quatro países sul-americanos e conheceu a Amazônia.
Desta vez, o Jalapão o seduziu. Ao lado dos amigos Arthur Colini, Daniel Peroni e Samuel Peroni (os dois último voltaram na metade do caminho por problemas pessoais), Xandão enfrentou mais de 4.000 km para conhecer as famosas dunas e cachoeiras, além das peculiaridades locais.
No Parque Estadual do Jalapão, o povoado do Mumbuca reúne descendentes de escravos, que transformam o capim dourado em peças de artesanato. "Para as crianças, levamos balas, bombons e pirulitos. Foi uma festa", conta Xandão, em gesto de retribuição.
Habilidades. O percurso do Jalapão não foi fácil. Entre pausas para descanso e acampamentos, era preciso muita força nas pernas e braços para não ficar pelo caminho. Histórias de atoleiros não faltaram. As dores nas costas e a temperatura alta também se juntaram às dificuldades.
Acostumado a viagens desde criança, Xandão, que não concluiu a graduação em Turismo, trabalha com o pai, dono de restaurantes. A próxima aventura será em 2012, quando encara a Transamazônica, rodovia faraônica que corta sete Estados, inaugurada na década de 1970, e que, em grande parte, não é pavimentada.
Em percurso desconhecido, vale GPS e consulta à internet
Xandão e os amigos não precisaram de GPS porque estudaram bem o percurso. Mas para quem não conhece o trajeto, a dica é procurar na internet os chamados tracklogs, que são as marcações de alguém que passou por um trajeto pouco conhecido.
"Se você tiver o GPS e não tiver os tracklogs, não adianta nada porque não tem no satélite os trechos que você está fazendo. E, se tiver, pode estar errado. É melhor perguntar a pessoas que já foram", sugeriu Xandão.
A areia pode ser a grande vilã de uma aventura para o Jalapão. Por isso, é sempre bom diminuir a velocidade da motocicleta para evitar acidentes. "Em um trecho desse, que não tem resgate, não tem carro de apoio, é bem viável você estar em velocidade menor", recomenda Xandão, sem acidentes na aventura. (TN)
Equipamentos
Essenciais
. Capacete, calça com proteção nos joelhos, jaqueta com proteção nos ombros, cotovelo e costas, luva, viseira escura, bota de cano alto, balaclava, relógio, óculos escuros.
Na moto. Mala tanque (para colocar objetos, como máquina fotográfica e mapas), alforge, bauleto, galão, ferramentas.
Para camping. Lanterna, saco de dormir, barraca, colchão inflável, utensílios.
Na bagagem
Alimentação.
Água, mel, hidrotônico, rapadura, atum, macarrão instantâneo, pão, biscoitos, salame italiano, queijo, castanhas, frutas secas, cereal, banana, uva passas, granola, chocolate, salsicha, sopão.
Higiene. Escova e pasta de dentes, protetor solar, papel higiênico, repelente, xampu, hidratante, desodorante, remédios, kit de primeiros socorros, creme para assaduras, pomada para picada de insetos.
Minientrevista
"Cansa, mas a beleza compensa"
Alexandre Guimarães Motociclista Aventureiro
Por que resolveu encarar esse desafio? Resolvi fazer essa viagem porque quero explorar o Brasil, fazer esses destinos que são os mais difíceis agora, enquanto estou novo, não sou casado, não tenho filhos. Escolhi ir de moto pela sensação de liberdade, pela dificuldade do trajeto em si. E o Jalapão é um destino que poucos brasileiros conhecem e que vale a pena conhecer, ainda mais dessa maneira: de moto.
O que essa viagem significou? Foi uma conquista pessoal, pela dificuldade que é estar indo lá, pelos atrativos maravilhosos que você tem para conhecer e pelo fato de a moto ser de baixa cilindrada.
Como é feito o planejamento para um viagem como essa? O planejamento é uma das coisas mais importantes de uma viagem como essa. Você tem que estar ciente das condições da estrada, do clima, se é alta temporada ou não. Como é de moto, seus equipamentos de segurança têm que estar preparados.
É preciso ter um bom condicionamento físico? Se você puder malhar, nadar, fazer alongamento e se alimentar bem antes da viagem, é bem importante. Há trechos que você está fazendo de moto em que é seu corpo que está te levando. Tem que estar bem, beber água constantemente, comer alimentos saudáveis, tomar energéticos. É interessante você estar sempre com algo de comida na moto, independentemente de você estar fazendo trecho de asfalto. Pode ser que você fure o pneu, fique sem gasolina. É sempre bom ter barrinha de chocolate, mel, cereal. (TN)
Comentários
Você pode ser o primeiro a comentar

Um comentário: